Talita Cavallaro Pires de Camarg Talita Cavallaro Pires de Camarg

A formação do hábito de leitura desde os primeiros anos escolares

Por Prof. Patrícia Barbosa

Por Prof. Patrícia Barbosa Marinho

"A leitura nos faz viajar sem sair do lugar." Antoine de Saint-Exupéry

Quem nunca se perdeu em uma leitura mágica, cheia de aventuras? A leitura vai muito além de pegar um livro: ela tem o poder de nos transportar para lugares jamais visitados, criando mundos que só a nossa imaginação pode alcançar.

Quando a leitura se torna parte da vida de uma criança desde os primeiros anos escolares, ela se beneficia imensamente. Seu vocabulário se expande, seu repertório enriquece e sua capacidade de se expressar se aprofunda. Afinal, a leitura é uma ferramenta poderosa que nos ajuda a aprimorar habilidades já existentes e a compreender que tudo ao nosso redor é, de alguma forma, uma forma de leitura.

De onde veio a leitura?

Tudo começou com a necessidade de se comunicar. Nossos ancestrais, há cerca de 30 mil anos, já usavam a arte rupestre, desenhos em cavernas, para contar histórias de caça, rituais e do seu cotidiano. Era uma forma de "leitura" visual, que servia para passar conhecimento de uma geração para a outra.

Com o tempo, essa comunicação visual evoluiu. Há cerca de 5 mil anos, surgiu a escrita cuneiforme. Ela usava símbolos gravados em tábuas de argila para registros. Quase na mesma época, os egípcios criaram os hieróglifos, que eram mais complexos, com desenhos de animais, objetos e figuras humanas.

Esses primeiros sistemas de escrita eram difíceis de dominar, pois exigiam que a pessoa soubesse o que cada símbolo representava. A grande virada aconteceu com o alfabeto, criado pelos fenícios por volta de 1000 a.C. Eles inventaram um sistema em que cada símbolo representava um som. Foi a base para o alfabeto grego, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, o que usamos hoje.

A leitura no Colégio Helios

No Colégio Helios, incentivamos a leitura desde a Educação Infantil. Nossos alunos são apresentados ao mundo dos livros por meio de releituras artísticas, produções individuais e coletivas, rodas de leitura e contação de histórias. A partir do Ensino Fundamental I e ao longo de toda a trajetória escolar, essa prática se intensifica e se torna ainda mais significativa.

Promovemos projetos que estimulam o prazer pela leitura, como a Maleta Viajante, que leva livros para casa envolvendo também as famílias nesse processo, e a leitura de um livro paradidático por semestre, com atividades reflexivas, criativas e integradas ao currículo. Esses projetos reforçam o papel da escola como mediadora entre o aluno e o mundo da literatura, tornando o livro um companheiro constante em sua formação.

Ler no mundo digital

Com o avanço da tecnologia, a forma como nos comunicamos e lemos também mudou. A leitura, que antes acontecia apenas em livros físicos, hoje está presente em telas: celulares, tablets e computadores. As crianças e os jovens leem mensagens, legendas, e-books, vídeos com legendas automáticas e até jogos com instruções escritas. Tudo isso também é leitura.

Vivemos na era da comunicação virtual, onde interagimos por meio de textos curtos, emojis, áudios e vídeos. Esse cenário exige ainda mais habilidades de leitura e interpretação. Saber compreender diferentes tipos de linguagem, interpretar contextos e identificar intenções se tornou essencial.

Por isso, formar leitores desde os primeiros anos escolares é mais importante do que nunca. A leitura não é apenas uma habilidade escolar, mas uma ferramenta de letramento digital e comunicação crítica. Ao ler bem, compreendemos melhor o mundo, seja ele físico ou virtual.

No Colégio Helios, entendemos que preparar nossos alunos para o futuro também passa por desenvolver competências de leitura que os ajudem a navegar com segurança e autonomia nesse universo digital. Afinal, em qualquer formato, ler é uma forma de conhecer, imaginar e transformar o mundo.



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Gamificação: Quando a diversão vira aprendizado

Por Prof. Bruna Karine - Matemática

Por Prof. Bruna Karine - Matemática

“Meu alegre coração palpita
Por um universo de esperança
Me dê a mão
A magia nos espera”
(Sorriso Resplandecente – Ayu Brazil)

Quem cresceu ouvindo músicas como essa sabe como é fácil se deixar levar por mundos imaginários e personagens cativantes. O universo dos games é fascinante: missões, aventuras e desafios conversam diretamente com a nossa imaginação, nos permitindo viver experiências únicas sem sair do lugar.

A gamificação traz um pouco dessa magia para dentro da sala de aula, transformando o aprendizado em uma experiência motivadora e divertida.

Mas o que é gamificação?
É o uso de elementos e mecânicas típicas dos jogos em outros contextos, como a educação, para aumentar o engajamento, a motivação e o aprendizado.

Na prática, isso pode acontecer de várias formas. Uma das mais simples e eficazes é a criação de pequenas competições entre grupos. É incrível observar como os alunos se motivam, se ajudam e se incentivam uns aos outros. Entre risadas e desafios, eles aprendem sem perceber, desenvolvendo habilidades como resolução de problemas, pensamento crítico e tomada de decisões. E o melhor: recebem feedbacks que os fazem querer “passar de fase” no conhecimento.

Outra forma de aplicar gamificação é com jogos, digitais ou de tabuleiro. No mundo digital, o Minecraft é um dos preferidos. Este ano, por exemplo, trabalhamos um “bairro geométrico”: estudamos geometria espacial em sala com blocos e LEGO, depois os alunos projetaram e construíram tudo no jogo. O resultado foi incrível!

Já nos jogos de tabuleiro, além dos clássicos, o mais enriquecedor é quando o próprio aluno cria o seu jogo dentro de qualquer disciplina. Esse processo estimula a criatividade, o raciocínio e ainda promove o convívio social.

A gamificação funciona porque atua através da ludicidade. Ela facilita o acesso a conceitos que, de forma tradicional, poderiam parecer distantes ou desinteressantes. Nossa geração de estudantes, que cresce cercada por tecnologia, precisa de orientação para explorar de forma segura, criativa e produtiva todas essas possibilidades. Assim, conseguimos unir diversão e aprendizado de maneira única.

No nosso colégio, acreditamos que aprender é uma aventura contínua, cheia de descobertas e significado. Transformamos conhecimento em descobertas que encantam e inspiram. Venha ver de perto como fazemos da aprendizagem um jogo cheio de significado!

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O Brincar na Educação Infantil

Por Prof. Gabriela Coelho - Educação Infantil

Por Prof. Gabriela Coelho - Educação Infantil

Se eu te perguntar quais as melhores lembranças de sua infância, o que você me diria? Eu com certeza te contaria das tardes andando de bicicleta com as primas no interior e de como ralei o joelho em uma das ocasiões. Ou das tardes brincando de cozinhar e alimentar as bonecas juntamente com a minha irmã. São memórias preciosas que nos marcaram e que fizeram quem somos hoje. A verdade é que as nossas memórias de infância estarão sempre entrelaçadas ao brincar, pois ele faz parte da nossa construção enquanto seres humanos.

“As crianças de hoje em dia já não brincam como antigamente!” ou “Na minha época, nós éramos felizes de verdade e podíamos brincar na rua!”, você já ouviu alguém dizer essas frases? Você já disse alguma delas ou frases semelhantes? Já se perguntou o porquê das crianças não brincarem mais como antigamente? A verdade é que o mundo digitalizado, agitado e por vezes impaciente dos adultos engoliu o mundo das crianças. Muitas das brincadeiras passadas de pais para filhos, por gerações, estão se perdendo devido ao pouco contato das crianças de hoje com as crianças que fomos, com a pouca segurança que temos nas ruas, com as telas e seus excessos.

Como então podemos resgatar a cultura do brincar? Como pensar nas infâncias mais livres, significativas e fazedoras de cultura? Não há possibilidade de desassociar a infância da brincadeira. Enquanto educadores, nós da Família Helios valorizamos em nossa escola uma Educação Infantil brincante, nos colocamos como promotores de um brincar livre e valorizamos a criança como protagonista de seus aprendizados. 

Jean Piaget, biólogo e estudioso da infância, em sua teoria do desenvolvimento cognitivo destacou a importância do brincar para a construção de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. É através dos jogos e brincadeiras que as crianças absorvem o mundo ao seu redor. Portanto, a brincadeira tem um papel além da distração e do lazer, pois é através do brincar que a criança aprende. Em suas observações, a educadora italiana Maria Montessori notou que as crianças são motivadas e gratificadas através do brincar, e destaca que o brincar é o trabalho da criança. Montessori nos confirma que o brincar está além do lazer, o brincar é fundamental para o desenvolvimento e aprendizado infantil. Assim como Piaget e Montessori, vemos Loris Malaguzzi, educador italiano e fundador da abordagem Reggio Emilia dizer que a criança é protagonista do seu próprio aprendizado e para ele o brincar é considerado uma forma de expressão e exploração.

Baseado em Reggio Emilia, buscamos proporcionar momentos de brincar livre para a educação infantil, pois brincar livremente permite buscar suas próprias experiências de aprendizado, valorizando o que parte da própria criança, da sua curiosidade nata e não é direcionado por um adulto. Você deve estar se perguntando, qual é o papel do professor, então? O professor é facilitador do brincar, responsável por proporcionar um ambiente rico e convidativo para as crianças. Ele é pesquisador, buscando sempre novas ideias a fim de melhorar as experiências de sua turma, é colaborador, envolvendo as crianças com perguntas e conversas que instiguem ainda mais a curiosidade, pesquisa e exploração.

O ambiente, espaço onde ocorre o brincar, deve ser preparado, e o professor é o responsável por esta atividade. Um ambiente rico em aprendizagens e exploração deve ir além dos brinquedos convencionais, pois estes brinquedos muitas vezes já ditam o como se deve brincar. Por exemplo, ao pegar uma boneca, uma menina logo finge ser a mamãe e começa os cuidados com ela, a boneca então passa a ser limitada em instigar a criatividade das crianças, porém se oferecermos materiais não estruturados, como um carretel, ele pode tornar-se torre se empilhado, trem se arrastado por cima de blocos de madeira, se envolto em pequenos pedaços de tecido, vira uma boneca, se colocado sob os olhos atentos de uma criança, vira binóculo ou luneta, se sobre a boca, microfone ou alto falante. Os materiais não estruturados são aqueles que não têm um propósito específico ou uma maneira certa de serem usados, o que permite que as crianças brinquem de várias maneiras e usem sua imaginação para dar significado.

E você, consegue se lembrar de algum tipo de material que se transformou em algo significativo? Já fez aquele galho no meio do caminho de bengala ou espada, ou usou pedrinhas para criar formas e inventar objetos e animais? Observou os desenhos no azulejo enquanto tomava aquele banho demorado de criança e descobriu uma porção de rostos diferentes? Já fez sacola de pipa, ou amarrou várias blusas de frio juntas para virar uma boneca? Usou materiais recicláveis para criar carrinhos, aviões ou até mesmo bonecos?

É este tipo de infância que propomos para nossas crianças através do brincar, do brincar livre e do brincar com materiais não estruturados. A infância o qual você foi exposto pela simplicidade dos tempos antigos e que nós, enquanto escola, buscamos resgatar.


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O papel materno na vida acadêmica de um filho

Por Juliana Lima - Vice Diretora Administrativa

Por Juliana Lima - Vice Diretora Administrativa

O dia das mães se aproxima e, nós, como educadores, não poderíamos deixar de ressaltar a importância da figura materna (quem nem sempre é desempenhada pela mãe biológica) na vida acadêmica das crianças e adolescentes.

Todo aluno precisa de um ambiente propício para o aprendizado, não só na escola, mas em casa também, e a mãe pode ter um papel fundamental nisso, oferecendo suporte emocional e estimulando o seu desenvolvimento intelectual. Mas em meio a tantas outras preocupações, muitas vezes nos perguntamos: Como fazer isso?

A mãe é a primeira educadora da criança, transmitindo os valores e ensinamentos básicos que serão a base para a sua formação. Desde cedo, ela estimula a curiosidade, incentiva a busca pelo conhecimento e gera um interesse genuíno pelo aprendizado. Essa atitude positiva em relação à educação influencia diretamente a postura do aluno na escola, motivando-o a se dedicar e a aproveitar as oportunidades de aprendizado.

Uma boa estratégia é estabelecer uma comunicação aberta e afetuosa, fazendo-se disponível para ouvir os pensamentos, sentimentos e preocupações de seu filho, validando-os, demonstrando empatia e oferecendo suporte emocional quando necessário. Dessa forma, a criança se sente segura o suficiente para deixar fluir a sua curiosidade e a busca por aprendizado, pois não se sente reprimida em seus questionamentos, mas incentivada a buscar conhecimento.

Além disso, essa conexão emocional faz com que as crianças sejam mais colaborativas, recebendo e compreendendo melhor as nossas orientações, o que facilita o estabelecimento de uma rotina consistente e estruturada, com horários previsíveis para refeições, sono, estudos e atividades. Essa previsibilidade ajuda a criança a se sentir segura e confiante em relação ao seu ambiente, tornando-o propício para o aprendizado.

Para as crianças menores, é possível criar em casa ambientes que incentivem a curiosidade, preferencialmente longe das telas, com livros, jogos educativos, materiais artísticos e científicos disponíveis para que o filho possa explorar e descobrir por si mesmo. Fazer perguntas abertas também é uma opção: "Por que você acha que isso acontece?" ou "O que você acha que acontecerá se fizermos isso de outra maneira?"

Já para os mais velhos, é muito importante criar um ambiente aberto e acolhedor onde o filho se sinta à vontade para expressar seus interesses. A escuta ativa é essencial nesse momento: despindo-se de julgamentos ou pré-julgamentos, ouvir com atenção e fazer perguntas para entender melhor o que desperta o interesse do filho, pesquisando e aprendendo junto com ele, ajudando-o a ampliar seu conhecimento e explorar diferentes aspectos relacionados ao tema, através de livros, filmes ou sites relevantes.

Que neste dia das mães e em todos os outros dias, nós mães consigamos estabelecer essa conexão com nossos filhos e ser, na vida deles, uma figura de conforto, segurança e encorajamento para que sigam adiante na jornada do conhecimento.

Feliz dia das Mães!


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Programa Orientação de Estudo

Por Marília Brito - Secretária Escolar

Por Marília Brito - Secretária Escolar

O desenvolvimento dos nossos estudantes é o objetivo principal do nosso colégio, e, por isso, não nos limitamos a simplesmente ministrar os conteúdos em sala de aula.

Além dos professores, que estão diretamente envolvidos no desenvolvimento acadêmico dos alunos, temos uma equipe composta por muitos outros profissionais, que diariamente convivem com todos eles, coordenando, planejando e acompanhando suas atividades, para que esse desenvolvimento acadêmico se dê de forma ampla e irrestrita à sala de aula.

Através desse acompanhamento próximo e individualizado de cada aluno, percebemos que muitos demandam orientação no sentido de descobrir “como estudar”, quais estratégias funcionam melhor para cada um, de que maneira cada um aprende e fixa melhor os conteúdos, pois um mesmo método de ensino pode não ser igualmente eficaz para todos os alunos. Afinal, se somos diferentes, porque aprenderíamos todos da mesma forma?

Partindo do que acreditamos no sentido de que é papel dos educadores identificar as dificuldades de nossos alunos e então ajudá-los traçar o melhor caminho a ser perseguido para o aprendizado eficaz, desde 2018 contamos com o Programa de Orientação aos Estudos (POE), elaborado e implantado pela equipe de coordenação pedagógica, que tem como objetivo auxiliar os alunos a melhorar seu aproveitamento escolar.

Neste programa, acolhemos os alunos individualmente ou em grupo, em reuniões periódicas para entender onde estão suas dificuldades. Conversamos sobre dicas de organização, leitura, técnicas de estudos, gestão de tempo, acesso e uso das ferramentas digitais disponíveis e muitos outros temas afins, proporcionando reflexão e conhecimento de suas habilidades, bem como o uso delas para sua aprendizagem.

Assim, guiamos nossos alunos, prezando por um aproveitamento de qualidade, e não necessariamente quantidade, com um processo contínuo que resulta num aprendizado perene, que se consolida para a vida, e não apenas para o dia da prova.

Ajudamos os alunos a encontrar diversas formas de estudar e aprender, sugerindo, de acordo com o perfil de cada um, os meios e estratégias possivelmente adequadas, de modo que o próprio aluno possa vislumbrá-las e experimentá-las, para que possa descobrir qual delas funciona melhor para ele e para a disciplina que necessita estudar.

Ao longo desses anos, temos visto que com o empenho dos alunos e todo esse apoio paralelo da nossa equipe de coordenação pedagógica ao trabalho desenvolvido pelos docentes em sala de aula, temos colhido ótimos resultados em relação ao desempenho pedagógico de nossos alunos, da forma como acreditamos ser a mais sólida: um aprendizado global, em que os estudantes se tornam protagonistas de seu aprendizado, de suas escolhas e da sua vida!


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